sábado, 16 de novembro de 2013

Prisão do cunhado do prefeito Calá, Djalma Fernando Poziteli, é fato. Caso envolve extorsão, ameaça a mãe de ex-assessor jurídico da prefeitura e R$ 3 milhões

Pozitel, à esquerrda, com o prefeito Calá e  o advogado Marco Turelli.
Poziteli, à esquerrda, com o prefeito Calá e o advogado Marco Turelli.

O cunhado do prefeito de Angatuba Carlos Augusto Turelli (PSDB), o Calá, Djalma Fernando Poziteli, encontra-se preso no presídio de Capela do Alto desde o mês de setembro último. O fato vinha sendo especulado intensamente na cidade mas não havia quem apresentasse prova contundente da prisão dele que é proprietário da  Açovias, empresa localizada na rodovia Marechal Rondon, KM 183,  Laranjal Paulista. A prisão de Poziteli não geraria interesse à população angatubense se não fosse ele o conhecido cunhado do prefeito Calá e genro do advogado Marco Antonio de Morais Turelli e, o principal, ter seu nome intensamente relacionado a procedimentos da prefeitura de Angatuba, como o fato de ter sido um dos patrocinadores da campanha do atual prefeito e de ser um dos principais envolvidos no caso dos terrenos que, em 2010, de repente passaram de municípes (que pagavam seus respectivos IPTUs ) para o seu nome, assim como para o assessor do prefeito, Luiz Fernando de Lima Bertolai, o Branco, como é conhecido.  A prisão, motivada por extorsão, envolve ameaças contra Claudete dos Santos, mãe do advogado Gustavo dos Santos Afonso, até meses atrás assessor jurídico da prefeitura de Angatuba.  A soma de R$ 3 milhões é o valor do envolvimento no caso desta prisão.

Neste período todo de especulações sobre o “cunhado do prefeito” casado com sua irmã Maria Sílvia,  muitas foram as desculpas para o seu sumiço, e uma delas até deu conta de que  Poziteli teria viajado para o exterior, mais especificamente para o Chile. Não viajou para o exterior, não saiu para tão longe, foi mesmo para Capela Alto aonde está preso.

Não se sabe qual é o grau do envolvimento de Poziteli com a prefeitura de Angatuba, sobre como ele se infiltra em negócios vinculados à atual administração municipal, porém é certo que as empresas que ganharam as licitações nos últimos anos é da região de Laranjal Paulista, como a da construção do CDHU Jardim Domingos Orsi e da construção da creche municipal do Jardim Elisa Volpi.  O que se sabe é que seu nome corre solto e corriqueiramente em meio a assuntos de interesse público e sempre atrelados a grandes transações que, resultados de boatos ou não, evidenciam ser ele uma peça importante no sistema tucano de governar o município angatubense.  Nisto tudo, um dos casos que deixaram indignados angatubenses no ano passado foi o da água do ribeirão Cachoeira, que fornece o precioso líquido para a população de Angatuba, desviada para sua fazenda  conforme foi amplamente noticiado pela imprensa local. Quando se esperava uma ação rígida de parte das autoridades competentes contra este fato, o DAEE (Departamento de Água e Energia Elétrica), órgão vinculado à Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos do Estado de São Paulo, que é dirigida pelo secretário Edson Giriboni, concedeu a Poziteli o direito de utilizar a referida, “para fins de dessedentação de animais e paisagismo”, de acordo foi publicado em sinospse no Diário Oficial do Estado (DOE), edição de 24 de janeiro de 2013.  Poziteli ganhou o direito de captar aquela água para a sua fazenda pelo prazo de 5 anos a partir da data da publicação.
Sobre a prisão, existe um avolumamento de detalhes que o leitor pode acompanhar nas cópias da publicação do Diário da Justiça Eletrônica, edição de 17 de outubro de 2013. No caso, identificado como extorsão,  também estão incluídos, e igualmente presos, Galvino Batista, Edmilson Rogério Balduino, Adriel José Trindade e Diogo Batista. O Processo, que tem o número 3007 302 -49 2013.8.26.0624,  justifica a prisão preventiva dos réus com a citação, “Os crimes cometidos são de extrema gravidade usando os agentes de ameaças que atermorizaram a vítima (Claudete dos Santos), revelando a periculosidade dos agentes”. Ainda, “cumpre-se destacar que os denunciados foram reconhecidos pela vítima na fase policial, de forma segura, inclusive com detalhamento e individualização da conduta criminosa de cada um deles”.

Continua o processo detalhando  que “Ficou suficientemente claro, ao menos neste estágio de persecução criminal, que a dívida cobrada de forma extorsiva e ameaçadora pelos denunciados Galvino Batista, Diiogo Batista, Adriel José Trindade e Edmilson Rogério Balduino guarda correlação com a nota promissóra que se encontrava em poder do empresário Djalma Fernando Poziteli. O título, ao que se apurou até aqui, foi entregue em branco à vítima, que o assinou, sob grave ameaça. O empresário Djalma, ao menos segundo a própria vítima, teria tido participação direta e efetiva na extorsão que culminou na assinatura do título representativo da dívida cobrada de forma criminosa. E a palavra da vítima não veio isolada nos autos. Com efeito, a mídia robustece a alegação da ofendida no sentido de que teria sido efetivamente extorquida pelos denunciantes. O documento comprova que os criminosos efetivamente estiveram no condomínio onde a vítima reside, no horário por ela apontado, razão pela qual o relado da ofendida ganha plausibilidade e verossimilhança quanto a este particular, ou seja, no sentido de que Claudete dos Santos teria sido ameaçada e extorquida pelos denunciados em sua própria casa”.

O processo afirma sobre a prisão preventiva, justificando ser ela necessária “para a garantia da instrução processual e, também, para a garantia da ordem pública desta Comarca de Tatuí”.  É válido notar que o entrevero criminal que culminou com a prisão preventiva do acusado Djalma e outros foram desencadeados em virtude de desacerto em relação com o comissionado do jurídico de Angatuba,  escolhido de maneira personalíssima pelo atual chefe to executivo.

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